
As dúvidas com relação ao custeio não são o único motivo para a hesitação da UFRGS implantar um campus em Caxias do Sul. Embora a reitora Márcia Barbosa tenha se empenhado em levar adiante o processo de planejamento da nova unidade, o projeto enfrenta resistências internas, tanto no Conselho Universitário (Consun), quanto em outras unidades da Capital.
No caso do Consun, quem se opõe ao investimento na Serra tem ressalvas em função das dificuldades que envolveram a consolidação do campus do Litoral Norte, no ado. Já outras unidades entendem que, diante dos recursos limitados, a direção da instituição deveria investir para melhorar as estruturas já existentes, ao invés de criar uma nova.
O temor da UFRGS com relação ao campus de Caxias do Sul começou com o contingenciamento de recursos determinado pelo Ministério da Educação. A pasta, porém, diz que, uma vez implantada unidade, os recursos para a operação serão garantidos. Falta agora colocar ambas em torno da mesa para firmar um compromisso. A condicionante para a oferta de transporte para os estudantes foi resolvida dessa forma.
Decisão está tomada
Na entrevista concedida ao programa Gaúcha Hoje, da Gaúcha Serra, chamou a atenção a declaração da deputada Denise Pessôa (PT), principal articuladora do projeto em Brasília, a respeito das resistências:
— Se UFRGS não fizer, vamos atrás de outra instituição que faça.
A fala deixa claro que não há disposição de se dobrar a empecilhos impostos pela instituição. Conforme a deputada, a decisão política pelo campus está tomada e não haverá recuo.
Ao longo de todos os anos de discussão sobre a implantação de uma universidade federal da Serra, a UFRGS nunca demonstrou muito entusiasmo com a ideia. O projeto atual foi uma determinação do governo federal, que decidiu pelo investimento na Serra e delegou a tarefa à UFRGS.